Tipo Doutorado
Ano 2014
Orientador PROF.ª DR.ª SIMONE MARIA ANDRADE PEREIRA DE SÁ
Título ESCUTAS CINEMATOGRÁFICAS: Relações entre tecnologias e audibilidades no cinema
Resumo Este trabalho propõe uma investigação sobre diferentes modelos de escuta ao longo da
história do cinema tendo como norte as configurações materiais dos aspectos sonoros do
filme. O modelo representacional, sedimentado por determinadas premissas como a noção de
realismo, ainda é um dos principais motores que impulsiona os estudos tradicionais de
cinema. Percebemos uma tendência de diversas correntes nos estudos do audiovisual lidarem
com elementos sonoros e visuais como se estes demonstrassem naturezas opostas ou como se
coabitassem o corpo do filme de maneira arbitrária e conflituosa. Nossa proposta é a de
empreender uma análise da experiência cinematográfica a partir de sua dimensão sonora,
abrangendo questões deixadas de lado pelas teorias mais tradicionais. De forma mais
específica, esta pesquisa considera como determinadas tecnologias de som condicionaram
determinadas formas de ouvir o filme. Fugindo de uma perspectiva determinística, partimos
da hipótese que mecanismos históricos, sociais e culturais estão envolvidos nesse processo de
descrição e fruição do filme através de seus dispositivos sonoros. Encaramos as tecnologias
como cristalizações de práticas socioculturais. Esta tese parte da delimitação de um conceito
de escuta, para, então, proceder a uma análise dividida em quatro grandes blocos: 1) as
relações entre tecnologias de gravação e práticas sociais em um período pré-cinematográfico;
2) a constituição de uma noção delimitada de cinema a partir de tecnologias como a
eletricidade, em diálogo direto com novas mídias de comunicação; 3) modificações nos
conceitos de experiência cinematográfica a partir da adoção de novos modelos de reprodução
sonora e visual; 4) as interfaces entre cinema e cultura digital. Além desses blocos, dois
capítulos são dedicados às noções de “realismo” e de “ruído” nas práticas cinematográficas e
sonoras.

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