Tipo Mestrado
Ano 2010
Orientador PROF.ª DRª SIMONE MARIA ANDRADE PEREIRA DE SÁ
Título Radio em tempos de download: A reconfiguração do rádio FM musical diante das novas tecnologias da informação e da comunicação
Resumo Essa dissertação tem como objetivo principal discutir os desafios que a mídia rádio tem enfrentado diante da reconfiguração do circuito musical na cibercultura. Com uma programação constituída majoritariamente pela execução de músicas, as emissoras do tipo FM se consolidaram como vitrines para a indústria fonográfica, atuando durante décadas como importantes mediadoras musicais, articulando cenas, dando visibilidade a artistas e influenciando a constituição dos repertórios de seus ouvintes. Hoje, no entanto, com o advento de novos aparelhos de reprodução sonora e a sedimentação de novas práticas de escuta desenvolvidas a partir das mídias digitais, esse papel vem sendo constantemente questionado, levando muitos profissionais e pesquisadores a apontarem uma crise do setor radiofônico. O argumento central está relacionado ao paradigma de substituição tecnológica, na qual o rádio em seu sistema “top-down” seria gradualmente superado pelo modelo “bottom-up” da internet. Aqui, no entanto, evitaremos uma abordagem evolutiva para investigar processos de reconfiguração. Para tanto investigaremos as estratégias midiáticas de duas emissoras de rádio brasileiras em sua aproximação com as tecnologias digitais: a Oi FM que privilegia o celular como receptor para a sua programação, promovendo recursos de interatividade a partir das possibilidades da plataforma mobile; e a MPB FM que tem reforçado sua presença nos diversos sites de redes sociais, incentivando a constituição de “comunidades de gosto” em torno da emissora. Compreendendo que a atualização do rádio não pode ser pensada a partir de um único modelo, os dois estudos de caso aqui apresentados visam proporcionar uma visão parcial, mas que pode contribuir para a compreensão das atuais transformações na forma de consumir música nessa mídia. Se o rádio analógico é definido como uma mídia unilateral que não facilita a intervenção por parte do usuário, o modelo da Oi FM aposta na personalização da escuta radiofônica, enquanto a MPB FM cria condições favoráveis à participação coletiva na construção de sua programação.

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