Tipo Mestrado
Ano 2015
Orientador PROF.ª DR.ª MARIA PAULA SIBILIA
Título GENEALOGIA DO GROTESCO: A modernidade como fábrica de corpos monstruosos
Resumo Esta pesquisa tece algumas considerações relativas à estética do corpo grotesco na modernidade. Inicialmente associada às festas e manifestações culturais lúdicas da Idade Média e do Renascimento, essa estética também se desenvolveu em diferentes artes e mídias modernas. Nesse longo trajeto, porém, ocorreram certas modificações importantes, que afetaram as imagens corporais, as subjetividades e os regimes de poder. Com o foco nessas apropriações do grotesco nas artes e nas mídias da modernidade, nesta dissertação sobre a complexa trama que envolve o conceito de grotesco, identificamos uma batalha que tem como palco o corpo humano – principal superfície de atuação do grotesco. Com o objetivo de compreender alguns dos sentidos dessas disputas, após examinar o auge medieval e renascentista da estética grotesca, a atenção se volta para as técnicas de disciplinamento desenvolvidas no período industrial das sociedades ocidentais. Essas estratégias que caracterizaram a era moderna se esforçaram por forjar uma imagem corporal higienizada e construída sob o horizonte da normalidade, ou seja, uma silhueta moralmente aceita pelos valores da época e adestrada pelas instituições que visavam controlar a vida cotidiana no contexto daquele projeto histórico. Nesse mesmo período, porém, houve também uma intensa produção de imagens e discursos sobre o corpo monstruoso, explorado tanto em manifestações artísticas quanto nas midiáticas. Trata-se de um cenário cultural capaz de animalizar o corpo humano, como ocorria nos freaks shows, e, ao mesmo tempo, tentava-se resistir aos procedimentos de adestramento da carne por meio de experiências artísticas e filosóficas desenvolvidas no século XIX e no início do XX. Desdobrando um olhar genealógico, apontaremos como os corpos monstruosos foram representados nas artes e nas mídias modernas, mapeando as relações de poder que estavam presentes nesse imaginário do corpo grotesco na modernidade.

Visualizar anexo

Skip to content