Tipo Mestrado
Ano 2010
Orientador PROF.ª DR.ª MARIA PAULA SIBILIA
Título Vídeos de família: entre os baús do passado e as telas do presente
Resumo Os vídeos de família analógicos, produzidos no Brasil principalmente durante as décadas de 1980 e 1990, são o objeto central desta dissertação. Trata-se de um grupo grande e heterogêneo de registros pouco estudado, de acesso difícil para os pesquisadores e com uma história bastante breve. A abordagem proposta pretende entender essa produção buscando inseri-la numa perspectiva genealógica dos registros de família, colocando-a entre dois modelos: um mais antigo, ainda sobrevivente em gavetas, estantes e baús dos lares, inaugurado com o surgimento da fotografia na sociedade moderna; e outro em expansão hoje, cada vez mais visível nas diversas telas que povoam a contemporaneidade, relacionado às imagens e aos vídeos digitais disponíveis na internet. Existem várias semelhanças entre esses dois formatos, mas como são ricas e instigantes suas discordâncias, optou-se por uma trajetória que ressaltasse a riqueza das diferenças entre ambos, bem como das interações que propiciam e pressupõem em seus respectivos contextos históricos. As transformações sofridas pelos registros de família não podem ser explicadas apenas pelo desenvolvimento dos suportes tecnológicos, pois se relacionam também com mudanças socioculturais, econômicas e políticas mais amplas e importantes que atravessam a vida da sociedade e dos sujeitos. Até pouco tempo, esses registros eram realizados fundamentalmente para preservar a memória familiar e apenas pessoas íntimas tinham acesso a eles. Hoje é possível encontrar inúmeras imagens e sons da intimidade de muitas famílias em alguns sites da rede mundial de computadores. O objetivo e a necessidade de guardar registros íntimos parecem ter sido substituídos pela ânsia de mostrar esse tipo de material. A observação e a tentativa de sistematizar os vídeos de família analógicos, um tipo específico e híbrido de registro, traz ricos indícios para a discussão sobre a maneira como a intimidade, a família, a memória e as formas de construção de subjetividade são moldadas historicamente.

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