Tipo Doutorado
Ano 2010
Orientador PROF.ª DR.ª MARIALVA CARLOS BARBOSA
Título Comunicação, tempo, história: tecendo o cotidiano em fios jornalísticos
Resumo Os fios jornalísticos com os quais o cotidiano é tecido são as articulações narrativas que esta tese analisa. Ela investiga a identidade temporal das narrativas jornalísticas e o valor que o tempo possui para esse tipo de comunicação, verificando a contribuição do jornalismo para a percepção do tempo social e a noção temporal que favorece sua legitimação, ao mesmo tempo em que separa a ação narrativa jornalística na produção de passados, presentes e futuros. Assim, analisa essas produções segundo duas formas, comemoração e acontecimento, e investiga a necessidade de celebrar o passado e as formas dessa comemoração experimentadas como história, tradição e memória, três estratégias de narração dos tempos idos. Também observa a participação do passado na elaboração da notícia, uma forma particular de construção de acontecimentos, diferente daquela realizada pela operação historiográfica. Para isso, apresenta uma tipologia dos usos do tempo no cotidiano narrativo de três periódicos com mais de cem anos no espaço social do estado do Rio de Janeiro: Jornal do Commercio, O Fluminense e Jornal do Brasil. Esses usos do tempo revelam algumas funções desempenhadas pelas práticas jornalísticas no cotidiano, sobretudo a de marcar a passagem do tempo, seja fixando-o ou potencializando seu efeito de fluxo. Num passo seguinte, mostra as concepções de história implicadas nessas operações narrativas de natureza jornalística e, numa dimensão mais ampla, investiga os processos de significação do jornalismo a partir de diferentes relações que estabelecemos com o tempo por meio dessa prática social. E, por último, destaca a importância da narratividade jornalística na constituição das múltiplas consciências de história, devido a seu trabalho de sintetizar diariamente portões para outros tempos, sejam passados ou futuros ou mesmo presentes alargados numa territorialidade mais ampla do que aquela vivida presencialmente, e procura abordar o jornalismo como forma particular de interação social, definida por uma experiência temporal específica baseada na periodicidade e na expectativa de novidade, ao mesmo tempo em que em parte a gera.

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