Tipo Doutorado
Ano 2016
Orientador PROF.ª DRª SIMONE MARIA ANDRADE PEREIRA DE SÁ
Título De partituras a aplicativos móveis novas convenções do formato “álbum de música” na cultura digital
Resumo A cultura digital vem apresentando uma série de desafios para o formato cultural “álbum de música”. A introdução de suportes digitais como o CD e, principalmente, o MP3 abre caminhos para outras práticas de escuta e possibilidades de comunicar o produto musical, não mais centradas no álbum, entendido como um produto fechado, coerente temática e sonoramente, pré-estruturado através da disposição das faixas em ordem específica e consumido também em termos materiais, tácteis e visuais. Através de dados que apontam a queda na circulação dos formatos físicos e o crescimento do consumo de música de forma unitária, aposta-se no “fim” do álbum ou, pelo menos, em uma forte desvalorização. Em direção contrária, o argumento desta tese sustenta que, mesmo nesse cenário, o álbum de música não somente continua a estruturar grande parte da experiência musical em diferentes esferas – produção, circulação e consumo – como a cultura digital oferece possibilidades de ampliação de nosso entendimento do formato, onde a materialidade permanece cumprindo papel central. Pergunta-se, então: como as convenções simbólico-materiais do álbum são reorganizadas na cultura digital? O primeiro passo para construir o argumento é entender que o que se convencionou chamar de álbum é entendido através da articulação de três categorias: protocolo de escuta do álbum, que lida com questões relativas aos aspectos “artísticoculturais” e temáticos de determinada produção fonográfica registrada em um álbum; protocolo de escuta do suporte, que considera a materialidade do suporte como central nas práticas de escuta e entendimento do formato e o protocolo de usos dos paratextos, o qual diz respeito aos paratextos do álbum, tais como título do álbum, nomes das faixas, imagens, encarte, letras impressas, textos de apresentação, agradecimentos, ficha técnica etc. Na segunda parte, dois estudos de caso – o livro de partitura Song Reader, de Beck, e o álbum Biophilia, lançado por Björk como um aplicativo para dispositivos móveis – discutem as categorias problematizando as convenções do álbum na cultura digital.

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