Tipo Doutorado
Ano 2015
Orientador PROF.ª DR.ª MARIA PAULA SIBILIA
Título MORRER CONECTADO: Quando a vida virtual se depara com a morte real
Resumo Esta tese tem como objetivo principal a análise de algumas formas de narrar e de vivenciar o fim da vida na rede mundial que atualmente conecta computadores, telefones celulares e toda uma variedade de dispositivos digitais. O ponto de partida para esta investigação é a constatação do estranhamento causado pela percepção da morte na internet. Se estamos tão acostumados com os usos da web em nossos cotidianos, porque a presença da morte nesse espaço nos surpreende, fascina e incomoda tanto? Uma primeira pista para responder a essa questão é notar que, de fato, certas práticas que acontecem em ambientes online permitem que, mesmo depois do falecimento no mundo real, uma sorte de vida continue no mundo virtual. A morte, como um instante muito preciso de ruptura entre o que acontece offline e o que se passa online, apresenta-se como o enigma que move esta pesquisa. Acreditamos que, apesar de estar tão estreitamente ligada ao ser humano, nem a morte, nem muito menos a maneira de lidar com ela, podem ser tratadas como temas evidentes ou universais. Sendo assim, o primeiro passo neste estudo é indagar o que seria essa “vida conectada”, que está se tornando parte do cotidiano de tantas pessoas nas sociedades contemporâneas, para apenas depois mergulhar numa busca de entendimento da morte nesses territórios. Nesse sentido, consideramos a internet como um emblema da sociedade contemporânea, e as redes sociais como um ícone da relação que vem sendo estabelecida entre vida e mundo virtual. Por isso, esses sites serão o foco principal deste estudo. Assim, primeiramente, abordamos as redes sociais que foram criadas para a convivência de pessoas vivas, mas foram se tornando territórios nos quais os mortos também se fazem presentes. Em seguida, focamos nossa atenção a espaços online construídos por pessoas vivas, mas dedicados a pessoas que já faleceram, tais como os perfis em redes sociais para pessoas mortas. Por fim, trataremos da divulgação de vídeos-homenagens na internet, fazendo uma análise comparativa com dois documentários autobiográficos produzidos recentemente no Brasil. Nesse último momento também realizamos uma reflexão sobre o potencial mágico que os vestígios deixados por alguém que se foi abrigam, relacionando esse aspecto à tentativa de um filho de trazer o seu falecido pai de volta ao mundo dos vivos como parte de um projeto dito científico.

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